São Pedro da Aldeia possui um importante acervo de arquitetura histórica. Dentre as principais construções, destacam-se a Igreja Matriz, a Casa dos Azulejos, a Casa da Flor e a estação ferroviária que, atualmente, se encontra em processo de reforma.
Localizada no centro da cidade, a Casa dos Azulejos, um casarão em estilo colonial do século XIX, está em estado precário de conservação. Considerada, no passado, a melhor residência da região, recebeu a visita da Princesa Isabel e do Conde D’Eu, que pernoitaram no local.
Embora tombada pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional –, a casa sente os efeitos do tempo: com mais de 150 anos de construção, suas paredes estão cobertas de infiltrações e, aos poucos, os azulejos, que deram nome ao local, vão sendo descaracterizados.
Segundo o atual proprietário, Rui Pinheiro, o tombamento não garante a sua preservação: “por se tratar de um imóvel muito antigo, todo o processo de reforma é muito caro e a família não tem como arcar sozinha com esse custo”. Para ele, a solução seria a união do município e da iniciativa privada; somente isso garantiria a preservação para as futuras gerações.
Já a Casa da Flor, localizada no bairro de Parque Estoril, é um exemplo de arquitetura espontânea. Construída sem nenhum conhecimento técnico por Gabriel Joaquim dos Santos, a obra iniciou-se em 1912 e só foi concluída em 1985, ano da morte de seu proprietário. Devido ao seu estilo único, a casa é comparada às obras do arquiteto catalão Antonio Gaudí.
Com paredes decoradas por flores feitas de cacos de azulejo, vidro e conchas, a construção é objeto de estudo e interesse por parte de artistas e arquitetos. Mesmo assim, a falta de manutenção e de recursos faz com que o imóvel, tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural, esteja abandonado. Fruto do descaso, esses dois importantes monumentos históricos da região agonizam e correm o risco de se perderem. Sem os cuidados necessários, muito pouco poderá ser contado sobre eles no futuro.
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