16 de março de 2011

E você, já deu aquela espiadinha hoje?

Por Daniele de Sá

Por essa nem mesmo George Orwell esperava. Mais de meio século depois da publicação do cultuado livro 1984, a visão de um futuro onde os seres humanos seriam constantemente vigiados por câmeras foi levado ao pé da letra.

Contrariando as mais pessimistas das previsões que declararam que o programa não passaria da terceira temporada, Big Brother Brasil permanece firme, forte e completamente reformulado, mas com o mesmo propósito das versões anteriores: explorar o espírito voyerista do telespectador.

Surgido na Holanda, em 1999, rapidamente se tornou uma febre mundial e se espalhou por 19 países, transformando ilustres desconhecidos em celebridades instantâneas da noite para o dia.

Em 2002, a novidade finalmente chegou ao Brasil, fazendo milhões de telespectadores acompanharem o cotidiano de 11 participantes confinados em uma casa, concorrendo a um prêmio de meio milhão de reais.
De lá pra cá, a tradicional espiadinha na vida alheia se tornou mania nacional, principalmente quando se está em jogo um prêmio de 1,5 milhões de reais:estímulo suficiente para se despertar o espírito de jogador de qualquer participante.

Para se ganhar o polpudo prêmio de seis dígitos, nenhum pecado é condenável debaixo dos edredons da casa mais vigiada do Brasil, que o diga o lusofônico Pedro Bial – misto de apresentador, psicólogo, poeta ocasional e ferrenho defensor do programa.

Neste maravilhoso mundo das duas caras, complôs, desentendimentos e puxação de tapetes fazem parte do dia-a-dia dos brothers. Todos entram sabendo que não é uma colônia de férias. E seja o que Deus quiser.

Entre trancos e barrancos, a nave BBB vai vivendo, ou melhor, sobrevivendo de teimosa, diga-se de passagem. Se chegará inabalável às próximas edições, somente o tempo e a paciência do telespectador dirá, mas enquanto esse universo de indecisões não se define, que tal dar aquela espiadinha?

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