23 de março de 2011

Barack Osama ou Obama Bin Laden

Por Monique Nunes

Quem esteve na Cinelândia no último domingo para ver o ilustre presidente americano Barack Obama se decepcionou com o que viu, ou melhor, não viu. O forte esquema de segurança impediu que milhares de pessoas pudessem ver o tão esperado aceno do presidente para o público; gesto que ele fez ao se despedir dos moradores da Cidade de Deus e ao passar pela Avenida Atlântica em Copacabana.

Uma multidão se aglomerou em frente ao Teatro Municipal para ver o representante da maior potência econômica do mundo, mas o que foi visto foi um monte de soldados do exército, policiais militares, civis e federais, transmitindo a sensação de que o “espírito” de invasão ao Complexo do Alemão tinha baixado na Cinelândia. O que parecia é que toda a segurança pública do Rio de Janeiro estava ali. No lugar de tiros, manifestações, protestos e aclamações. Algumas pessoas estavam revoltadas com a vinda do presidente ao Brasil por vários motivos. O fato de ordenar o ataque à Líbia, o congestionamento pelas ruas onde sua comitiva passava e seu interesse pelo nosso tesouro, o pré-sal, fizeram as pessoas o compararem a um terrorista. Bin Laden era o mais cotado.

Já outra parte do público estava impressionada. Receber o primeiro presidente afrodescendente norte-americano em nosso país é questão de honra. Até os sósias de Obama eram aclamados. O discurso que antes seria ao ar livre foi fechado. Literalmente fechado. Foi proibido o acesso ao povo brasileiro. Deve ser porque Barack Obama pertence ao povo norte-americano e não a nós. Mas o povo esperava mais. Então, Obama, da próxima vez quebre o protocolo e apareça.

A comitiva do presidente contou com cinco vans e três carros de passeio estadunidenses. Dezesseis batedores do batalhão da guarda e três carros do batalhão de choque da polícia militar do Rio de Janeiro foram escalados para fazer a escolta do presidente e de sua família. Além disso, dois carros antibomba faziam a vistoria antes que as ruas fossem liberadas para a passagem da comitiva.

Enquanto o presidente discursava para um público de quase duas mil e quinhentas pessoas no Teatro Municipal, a primeira dama Michelle Obama e suas filhas estiveram no barracão da escola de samba Unidos da Tijuca e foram recebidas por dançarinos responsáveis pela criativa coreografia da comissão de frente da escola na avenida.

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