Por Monique Nunes
A passeata realizada por bombeiros neste domingo na orla da praia de Copacabana mobilizou milhares de pessoas a aderirem à manifestação por reajuste salarial significativo e pela anistia administrativa e criminal dos 439 soldados que passaram uma semana detidos no quartel de Charitas, em Niterói.
A manifestação que transformou a praia de Copacabana em um mar vermelho, com o uso de camisas, bandeiras, faixas e cartazes com frases de apoio, contou com a participação de policiais militares, civis e professores da rede pública, todos com o mesmo objetivo: “aumento de salários e melhores condições de vida”!
O piso salarial desejado por policiais e bombeiros é de R$ 2.900,00. O Rio de Janeiro tem o pior piso salarial entre os estados brasileiro. O salário de um professor não chega a R$ 700,00 e para manterem-se, os professores das redes pública e estadual tem que trabalhar em mais de uma escola.
A realidade é que quem mais contribui para a educação, para a saúde e para a segurança, como no caso, os profissionais destas áreas, tem o salário reduzido, enquanto alguns políticos usufruem do capital público para suas benfeitorias. O povo só quer o que é seu por direito. Quando que uma corporação tão respeitada quanto à do corpo de bombeiros que se arrisca diariamente para salvar vidas consegue sobreviver com um salário de R$ 900,00?
“Cidade maravilhosa, cheia de encantos mil! Cidade maravilhosa, pior salário do Brasil”! Era com esse grito de guerra que era dado prosseguimento a manifestação em Copacabana. Milhares de profissionais do Estado do Rio de janeiro “gritando” na luta por seus direitos. Essa união dos bombeiros é tão significativa que moveu parte de outras corporações, como por exemplo, a do Espírito Santo e Bahia que estavam presentes no protesto. Além de um bombeiro argentino que veio dar apoio os amigos militares por um salário digno.
Os familiares dos bombeiros compareceram em peso para apoiar o manifesto. Animais de estimação eram adornados com fitas vermelhas lembrando a cor do uniforme dos militares. Moradores de Copacabana penduraram em seus apartamentos bandeiras vermelhas como apoio ao protesto. Na areia da praia foram colocados 439 balões vermelhos com o desenho de uma cruz branca para lembrar os soldados detidos e pedir paz. Esses balões foram soltos ao longo da passeata.
Um dos lideres do movimento e um dos 439 soldados presos, o cabo Benevenuto Daciolo, foi ovacionado pelos colegas quando chegou à orla para participar da passeata.
Além da adesão dos servidores públicos e grande apoio de populares, o movimento convocado pelo corpo de bombeiros contou com a participação de políticos e artistas como a presença da cantora Alcione, considerada a madrinha dos bombeiros por ter abraçado a causa desde o início, e de alguns políticos como os deputados federais pelo PSOL, Jean Wyllys e Chico Alencar, o deputado estadual do PSDB, Luiz Paulo e o candidato as últimas eleições para o governo do estado, o jornalista Fernando Gabeira.
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